quarta-feira, 27 de novembro de 2013

RELATÓRIO É VOTADO NO SENADO SEM DISCUSSÃO E ÁLVARO DIAS MANTÉM A META 5

Notícias da sessão do Senado Federal, para votação do Relatório do Senador Álvaro Dias.

"Colegas

A seção foi muito estranha... começou dois minutos antes da hora e justo às 14:30h o Relatório (com o anexo PNE) foi posto em votação; não houve discussão nem comentário, nem pedido de destaque... e foi aprovado num segundo. O mesmo texto de ontem... Agora será enviado ao Plenário do Senado, em regime de urgência, aprovado ontem. Assim, dá tempo de ser enviado à Câmara para que esta o aprove antes do fim do ano e possa entrar em vigência a partir de 2014.

Embora possamos festejar a exclusão da estratégia 1.17 (já feita no texto apresentado ontem), temos a lastimar a permanência da Meta 5 na redação que o Relator lhe deu, isto é, todas as crianças devem ser alfabetizadas aos seis anos de idade.

A "promessa" que o Sendor Álvaro Dias nos fez, ontem, após a reunião da Comissão de Educação, de que a redação da Meta 5 não se sustentaria e que voltaria a redação que lhe dera a Câmara dos Deputados, se volatilizou. 

Conversando com o Luiz Araújo e o Gustavo, levantamos duas hipóteses sobre o que poderia estar por trás de uma votação tão rápida (de poucos segundos...) de um Relatório com tantas modificações em relação ao texto da CCJ e ao da CAE: 
    (a) houve acordo político entre governo e oposição para aprovar esse Relatório. Uns, porque gostam muito mais desse Relatório, no geral, do que o da CCJ, sobretudo na Meta 20. Outros, porque levantar questões a ele agora retardaria o processo e o ganho seria menor do que derrubá-lo no Plenário, aprovando o Relatório da CCJ. Em ambos, a Meta 5 determina a alfabetização aos seis anos de idade;
    b) o governo pediria preferência de votação, no Plenário, do Relatório do Senador Vital do Rego, da CCJ. Se aprovado, o Relatório Álvaro Dias ficaria prejudicado. Mas, nesse caso, a  Câmara teria um abacaxi para descascar: aprovar ou rejeitar um PNE vindo do Senado bastante diferente daquele que ela mesma havia aprovado... E tudo isso nos poucos dias de dezembro!.

Havia uma presença forte e entusiasmada dos defensores da educação especial em escolas especiais, para as quais o Relatório Álvaro Dias dá mais espaço, no caput da Meta 4 (e em outros itens). A aprovação foi para elas um ganho em relação ao texto da CCJ e da Câmara.

Quais nossas possibilidades em relação à Meta 5?
a) a mais remota: que o Plenário do Senado rejeite a redação da Meta 5, optando pela da Câmara. Por que remota? Porque os assuntos que vão interessar o Plenário são outros e que têm maior significado político e financeiro (os relacionados aos recursos financeiros do PNE)
b) a mais viável: que, entre as coisas que a Câmara vai rejeitar, das mudanças operadas pelo Senado, estaria a Meta 5, mantendo a redação que ela mesma dera a essa Meta. Isso, no entanto, tem alguns entraves: (aa) não havia unanimidade sobre essa redação, ela foi debatida, argumentada, negociada... (bb) nesta semana, a Comissão de Educação faz, amanhã, dia 28, uma Audiência Pública sobre Metodologias de alfabetização na educação infantil. Os convidados são João Batista Araújo e Oliveira (do Programa Alfa e Beto) e Braulio Porto, da Faculdade de Educação da UnB (ver em: PAUTA REUNIÃO AUDIÊNCIA PÚBLICA CÂMARA DE DEPUTADOS), O argumento do Deputado que solicitou essa Audiência é de que o construtivismo na alfabetização não deu certo, só retarda a aprendizagem, as crianças estão chegando ao terceiro e quarto ano do ensino fundamental sem saber ler e escrever, quando há outros métodos que conseguem ensinar em um ano.

Vejam que não estamos voando num céu de brigadeiro...

Abraço
Vital Didonet"



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